Usando cabelo humano para desenhar pequenos retratos da vida cotidiana, a artista e designer de joias Melanie Bilenker está trazendo de volta a forma vitoriana de “proteger a memória de um amor perdido”, as joias em hairwork.
Ajustando o temporizador de sua câmera, a artista registra momentos de seu dia-a-dia, escolhe as imagens fotografadas e constrói desenhos em miniatura das cenas utilizando minúsculos fios de seu próprio cabelo como linhas. Um trabalho minucioso que leva em média uma semana para ser finalizado.
Como resultado, lindos anéis, broches e pingentes que retratam a beleza sutil da vida cotidiana e guardam memórias íntimas de momentos comuns.
As joias contendo cabelos de entes queridos e retratos em miniatura - pintados com cabelos moídos e pigmentos - eram muito comuns entre os vitorianos por serem consideradas um remanescente da pessoa de quem o cabelo foi cortado. Mas, por volta de 1900, esta arte deixou de ser popular, voltando a fascinar artistas contemporâneos somente nos últimos 15 anos.
Para Melanie, que adora ritual e tradição, “a idéia de dar uma joia como substituto de uma pessoa ou memória parece muito básico e natural” e, ao contrário de muitos materiais naturais, o cabelo não se deteriora com o passar do tempo, fazendo com que a memória ultrapasse gerações.